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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Retrato e biografia extraídos de: https://pt.wikipedia.org 

 

 

TOMÁS PINTO BRANDÃO

(Porto, Portugal, 1664 - 1743)

 

foi um poeta português, amigo de Gregório de Matos.

Partiu para o Brasil na companhia do poeta e amigo Gregório de Matos e aí, devido à sua irreverência em matéria de religião, foi preso. Condenado ao degredo em Angola, apaixonou-se pela sobrinha de uma rainha africana. Mais tarde casou, mas foi vítima de um processo movido pela sogra, situação que utilizou de forma satírica para escrever um soneto no mais puro estilo barroco. O seu regresso a Portugal ficou marcado por uma nova condenação e prisão. Conseguiu livrar-se dessa situação graças ao apoio de alguns fidalgos que apreciavam as suas sátiras.

Na sua autobiografia burlesca em verso, Vida e Morte de Tomás Pinto Brandão, Escrita por Ele Mesmo Semivivo, relata os pormenores das suas aventuras pelo Brasil e por África, ao mesmo tempo que dá uma imagem curiosa e interessante do Portugal da época.

 Publicou também uma recolha da sua poesia satírica, O Pinto Renascido Empenado e Desempenado - Primeiro Voo (1732), em que está incluído um romance em verso sobre Dom Quixote.

 

 

 

IMPACIENTE DE LHE NÃO DAREM O HÁBITO
DE CRISTO E ARREPENDIDO DOS REQUERIMENTOS

 

Pois a vida presente está perdida,
Formemos a futura da passada:
A pertenção acabe, bem fundada,
Sobre aquela medalha mal fundida.

 

Eu que estava tão bem na minha vida,
Passando-a muito alegre com meu nada,
Quem me meteu a andar com papelada
Que não é lida nunca e sempre é lida?

Mas que fazes, Tomás? tem paciência
E consola-te aqui com tanto sócio
Mais antigos que tu na impertinência.

 

Aguarda um pouco mais, suspende o ócio,
Porque hábito melhor, por consequência,
Terás na conclusão deste negócio.

 

 

 

EPITÁFIO

 

Caminhante que vás tão de corrida,
Pois em nada reparas da jornada,
Repara por tua vida no meu nada.,
Que foi todavia morte a minha vida.

Também do mundo andei muita partida,
Posto que em diligência mal parada,
E por não ser verdade incorporada
ũa mentira sou desvanecida.

Eu tive ocupação se exercício,
Eu fui mui conhecido sem ter nome,
Eu, ingrato morri sem benefício.

Exemplo toma em mim, ó pobre homem,
Que se tratares mal, vives de vício,
E se viveres bem, morres de fome.

 

 

*

 

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Página publicada em novembro de 2021


 

 

 
 
 
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